SETE CENAS DE ARTE E DE GUERRA

Autor: Eduardo Cesar Rascov

Descrição

RESUMO: Sob os auspícios dos governos brasileiro e britânico, um grupo de artistas modernos do Brasil se organiza, em plena Segunda Guerra Mundial, para enviar suas criações a uma exposição na Inglaterra. As 168 obras foram doadas ao esforço bélico inglês. Corria o mês de novembro de 1944 quando Exhibition of Modern Brazilian Paintings foi inaugurada na centenária Royal Academy of Arts. Entre os 70 artistas, nomes como Livio Abramo, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade Filho, Aldo Bonadei, Athos Bulcão, Roberto Burle Marx, Iberê Camargo, Flávio de Carvalho, Emiliano Di Cavalcanti, Cícero Dias, Francisco Rebollo, Oswaldo Goeldi, Alberto da Veiga Guignard, Poty Lazzarotto, Candido Portinari e Alfredo Volpi, entre outros. Trata-se da primeira grande exposição brasileira de arte moderna no exterior. Setenta e quatro anos depois, por iniciativa de representantes diplomáticos do Brasil no Reino Unido, monta-se a exposição The art of diplomacy – Brazilian Modernism Painted for War (A arte da diplomacia – O modernismo brasileiro pintado para a guerra) na Embaixada do Brasil em Londres. A ideia era resgatar algumas das obras expostas em 1944 para que as novas gerações conhecessem essa grande operação artístico-diplomática. Este artigo relaciona a exposição de 1944 com a influência futurista na Semana de Arte Moderna de 1922 e com episódios da guerra que envolviam os pracinhas da Força Expedicionária Brasileira. Arte, política, diplomacia e guerra se entrelaçam em sete cenas escritas de forma leve, fáceis de ler. No enquadramento, a auto imagem brasileira em face do eurocentrismo decadentista dos súditos de Sua Majestade.

PALAVRAS-CHAVE: Arte, modernismo, guerra, diplomacia, Brasil