INTERNACIONALISMO NA ARTE DA III BIENAL DE SÃO PAULO

Autoras: Cristina Mura e Lisbeth Rebollo

Descrição

RESUMO: Esse artigo trata da III Bienal de São Paulo de 1955, evento marcado por debates já em voga sobre as vertentes abstratas e figurativas, além de intensas polêmicas sobre os processos institucionais de seleção e premiação. A seleção de obras para os prêmios de aquisição dessa Bienal envolveu critérios não muito claros como a relação da crítica de arte local com o contexto internacional e questões diplomáticas. Apesar da resistência de parte dos artistas e críticos, a Bienal de 1955 consagrou a abstração. O conjunto de obras apresentadas nessa Bienal ressalta o projeto didático de Sérgio Milliet de formar o gosto do público e de criar um acervo de arte moderna em São Paulo. Com isso, a III Bienal acentua ainda mais a sua vocação internacionalista presente nas edições anteriores. Entretanto, o legado do ideal transformador do modernismo brasileiro estará presente na Bienal Abstrata de 1955 não apenas atualizando a “inteligência artística brasileira” para não perecer, mas com o propósito de provocar um intercâmbio cultural e a criação de um sistema internacional de circulação de artistas e obras.

PALAVRAS-CHAVE: III Bienal de São Paulo. Vocação internacionalista da Bienal. Legado do modernismo brasileiro. Arte abstrata.