Fármacos na Água Potável

R$ 150,00

Autora:
Ana Lúcia O. Daré
1ª Edição
490 páginas
ISBN: 978-65-5887-272-6
Ano: 2022

Descrição

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No avanço industrial pós-guerra em meados dos anos 60, começaram a ser produzidos medicamentos com características recalcitrantes ou persistentes, ou seja, compostos orgânicos de difícil degradação, hidrofóbicos e bioacumulativos, apresentando alta estabilidade química, fotoquímica e taxa muito lenta de biodegradação. Os fármacos são ingeridos e excretados pela urina, retornando ao ambiente, inclusive aos mananciais de água potável, que após ser tratada pela estação de tratamento de água, sigla ETA, volta a ser consumida pela população como se estivesse livre desses microcontaminantes emergentes, presentes em diferentes produtos, como medicamentos, cosméticos e produtos de higiene pessoal, aditivos industriais, retardantes de chama, dentre outros, que possuem efeitos deletérios à saúde humana, animal e aos ecossistemas aquáticos, por causa de seus mecanismos de desregulação endócrina denominados por esse motivo como “desreguladores endócrinos”, sigla DEs.
As pesquisas comprovam que as ETAs destinadas ao abastecimento público de grande parte dos países não conseguem eliminar totalmente a presença dessas substâncias químicas. Dessa forma, a água considerada “potável” contém DEs, sendo ingerida diariamente e em concentrações reduzidas, causando diversos efeitos de distúrbios no sistema endócrino humano a longo prazo e grande impacto na saúde humana. Essa realidade pode ser observada a nível nacional pelo diagnóstico atual de saneamento básico e da proporção estimada de água potável derivada de fontes subterrâneas, face ao quadro de exposição global e abrangente aos DEs e seus riscos à saúde.
Apesar da inexistência de um método analítico universal devidamente regulamentado para a remoção ou oxidação de com­postos com atividade estrogênica, as melhores tecnologias disponíveis consideradas eficazes pela Comissão Europeia são, em ordem decrescente: dióxido de cloro, ozô­nio, irradiação ultravioleta com dióxido de titâ­nio, irradiação ultravioleta associada ao peróxido de hidrogênio, separação por membrana usando nanofiltra­ção, carvão ativado em pó e cloro com oxidação.
Esta obra pretende contribuir com o processo de conscientização, reconhecimento e embasamento científico para novas pesquisas, assim como para fornecer subsídios aos legisladores e outros grupos de interesse na vigilância de qualidade das águas de abastecimento para consumo humano, na elaboração de regulamentos específicos e políticas públicas, a fim de restringir a contaminação por DEs e assegurar a segurança da população.